Discurso da sogra do Jeca
Siria Wagner S. Da Silveira
(este discurso deve ser dito com sotaque caipira)
Peço licença ao seu padre,
Pastor das ovelhas peladas,
Pois hoje casa a minha riqueza,
A filha mais desengonçada.
Foi tão bonita essa chegada,
De carroça puxada pelo pangaré,
De tanta felicidade,
Hoje até lavei os pés.
Minha filha de faceira
Querendo arrumar marido,
Sujeitou pela primeira vez,
Calçar sapatos e botar vestido.
Só, o que não me faz feliz,
É olhar para esse rapaz,
Que hoje casa com ela.
O que será que ele faz?
Oh! Rapaz, mas tu és feio!
Mas eu quero saber primeiro,
Como tu vais cuidar dela?
De onde vem o teu dinheiro?
No dia alegre do seu noivado,
Você me perguntou, e você ouviu.
Oh! Mas eu tava emocionada!
Ela é virgem só que morou no Rio.
Eu te garanto rapaz,
A delicadeza dessa mulher,
Só o que eu não entendo,
É porque ela mija em pé.
Outra coisa eu te garanto,
Isso é carne de primeira.
Tem curvas muito elegantes,
Mas se abre a boca só sai besteira.
Os gostos dela são estranhos,
Mas já estamos acostumados,
Pois embaixo desse véu,
Sempre usou o cabelo raspado.
E nessa cara que tanto beijei,
Não sei como é que pode.
Nunca vi em outra mulher,
E nessa insiste em nascer bigode!
Nesses tantos anos de vida,
Ela nunca usou brinquinho.
Outra coisa que também nunca vi,
Ela no tanque lavando paninho.
Muitas vezes, ela eu vi rezando:
Deus me dê um moço perfeito.
Ele atende só metade do pedido,
E manda esse caipira sem jeito.
Santo Antônio, São João, São Pedro,
Abençoe essa feliz união.
Mas se o casamento desandar,
Lá em casa não quero mais ela não.
Mas não posso reparar os prazeres
Da filha, que são todos invertidos,
Pois confesso para todos vocês,
Também não gosto de usar vestido.
Mas para mim tudo é festa
E me sinto muito melhor
Que até vou desejar,
Boa festa e bom forró.
Parabéns, o que isso quer dizer?
Não sei, não entendo não.
Mas emocionados nós ficamos,
Que até bate forte o coração.
Nesta festa de São João,
Acende em nós uma fogueira,
Abençoe-nos oh, Santo Profeta,
Que dure a vida inteira.
Siria Wagner S. Da Silveira
(este discurso deve ser dito com sotaque caipira)
Peço licença ao seu padre,
Pastor das ovelhas peladas,
Pois hoje casa a minha riqueza,
A filha mais desengonçada.
Foi tão bonita essa chegada,
De carroça puxada pelo pangaré,
De tanta felicidade,
Hoje até lavei os pés.
Minha filha de faceira
Querendo arrumar marido,
Sujeitou pela primeira vez,
Calçar sapatos e botar vestido.
Só, o que não me faz feliz,
É olhar para esse rapaz,
Que hoje casa com ela.
O que será que ele faz?
Oh! Rapaz, mas tu és feio!
Mas eu quero saber primeiro,
Como tu vais cuidar dela?
De onde vem o teu dinheiro?
No dia alegre do seu noivado,
Você me perguntou, e você ouviu.
Oh! Mas eu tava emocionada!
Ela é virgem só que morou no Rio.
Eu te garanto rapaz,
A delicadeza dessa mulher,
Só o que eu não entendo,
É porque ela mija em pé.
Outra coisa eu te garanto,
Isso é carne de primeira.
Tem curvas muito elegantes,
Mas se abre a boca só sai besteira.
Os gostos dela são estranhos,
Mas já estamos acostumados,
Pois embaixo desse véu,
Sempre usou o cabelo raspado.
E nessa cara que tanto beijei,
Não sei como é que pode.
Nunca vi em outra mulher,
E nessa insiste em nascer bigode!
Nesses tantos anos de vida,
Ela nunca usou brinquinho.
Outra coisa que também nunca vi,
Ela no tanque lavando paninho.
Muitas vezes, ela eu vi rezando:
Deus me dê um moço perfeito.
Ele atende só metade do pedido,
E manda esse caipira sem jeito.
Santo Antônio, São João, São Pedro,
Abençoe essa feliz união.
Mas se o casamento desandar,
Lá em casa não quero mais ela não.
Mas não posso reparar os prazeres
Da filha, que são todos invertidos,
Pois confesso para todos vocês,
Também não gosto de usar vestido.
Mas para mim tudo é festa
E me sinto muito melhor
Que até vou desejar,
Boa festa e bom forró.
Parabéns, o que isso quer dizer?
Não sei, não entendo não.
Mas emocionados nós ficamos,
Que até bate forte o coração.
Nesta festa de São João,
Acende em nós uma fogueira,
Abençoe-nos oh, Santo Profeta,
Que dure a vida inteira.
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