A Aurora que me Adivinha Nesse teu olhar de peregrino,Que te dá um jeito tão divino,Escondes o azul que me enleia,És meu oceano e eu, tua sereia.Amo-te assim e tanto e tudoMeu insaciável furacão,Com o mesmo amor mudoQue um poeta ama a paixão.Mar revolto ou férreo deserto,Salva-me teu corpo em alívio,Me perfuma teu odor aberto,Ora de enigma, ora de fascínio.Assim como queima o incenso,Tal é o desejo que me arde,És o deus do meu anseio intenso,Que me toma e doma sem alarde.Ah! Essa tortura... minha delícia...Que tão suave mas tão forte,Fazes renascer na tua carícia,Minh'alma tantas vezes à morte.Teus meandros amorosos...Tua pele, tuas mãos nervosas...Com movimentos langorosos,Compõem-me em notas maviosas.Muitas vezes me tens perdida,Na tua sanha misteriosa,São teus beijos... ou mordidas,Que me colhem tensa rosa.Adivinhas-me tua amante...Com risos, desse meu sem jeito,Mas pousas, logo, num instante,Lábios e mãos sobre meu peito.Serena, tal lua em céu bordado,Sob teus suspiros e gemidos,Meu grito em lume arrebatado,Ecoa em silêncios consumidos.Minha sede em ti se sacia,Minha alma em ti se revigora,Das minhas noites de agonia,Tu és a luz da minha aurora.Lizete Abrahão
A Aurora que me Adivinha
Posted on terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
by BR Concursos
A Aurora que me Adivinha Nesse teu olhar de peregrino,Que te dá um jeito tão divino,Escondes o azul que me enleia,És meu oceano e eu, tua sereia.Amo-te assim e tanto e tudoMeu insaciável furacão,Com o mesmo amor mudoQue um poeta ama a paixão.Mar revolto ou férreo deserto,Salva-me teu corpo em alívio,Me perfuma teu odor aberto,Ora de enigma, ora de fascínio.Assim como queima o incenso,Tal é o desejo que me arde,És o deus do meu anseio intenso,Que me toma e doma sem alarde.Ah! Essa tortura... minha delícia...Que tão suave mas tão forte,Fazes renascer na tua carícia,Minh'alma tantas vezes à morte.Teus meandros amorosos...Tua pele, tuas mãos nervosas...Com movimentos langorosos,Compõem-me em notas maviosas.Muitas vezes me tens perdida,Na tua sanha misteriosa,São teus beijos... ou mordidas,Que me colhem tensa rosa.Adivinhas-me tua amante...Com risos, desse meu sem jeito,Mas pousas, logo, num instante,Lábios e mãos sobre meu peito.Serena, tal lua em céu bordado,Sob teus suspiros e gemidos,Meu grito em lume arrebatado,Ecoa em silêncios consumidos.Minha sede em ti se sacia,Minha alma em ti se revigora,Das minhas noites de agonia,Tu és a luz da minha aurora.Lizete Abrahão
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